Psoríase: tudo o que você precisa saber sobre o assunto
A psoríase é contagiosa? Tem cura? Como é feito o tratamento? Tire toas as suas dúvidas.
A psoríase é um problema de pele que assusta muita gente. Por causa do aspecto semelhante ao da micose, diversas pessoas acabam achando que ela é contagiosa, mas isso não é verdade. Para tirar todas as dúvidas a respeito do assunto, conversamos com a médica Caroline Semerdjian, que é dermatologista do Hospital 9 de Julho, em São Paulo.
O que é a psoríase?
É uma doença infamatória da pele. “Se caracteriza por ter umas placas (lesões elevadas) que descamam e têm uma cor esbranquiçada”. Dependendo do caso, pode gerar coceira, mas isso não é regra.
Em que parte da pele costuma aparecer?
“Principalmente no couro cabeludo, cotovelo, joelho, região das costas, palma das mãos e sola dos pés”, cita a médica. Isso não significa que outras áreas também não possam desenvolver psoríase. A doença pode se manifestar até mesmo nas unhas.
O que causa esse problema?
“Não tem uma causa defina para a psoríase. O que a gente sabe é que quem tem psoríase também tem uma tendência a produzir mais queratina, que é uma proteína que deixa a pele mais grossa”. As crostas da psoríase nada mais são do que o excesso de queratina, segundo Caroline. Ela diz que é desconhecido o motivo pelo qual certas pessoas produzem mais queratina do que outras.
Como é feito o diagnóstico?
Por meio de biópsia.
Existe tratamento?
Sim. O tratamento pode ser feito com remédios de via oral, cremes e xampus ou por meio de radiação. Em se tratando de comprimidos, os mais utilizados são os compostos de Acitretina ou de Metotrexato.
A Acitretina é um derivado da vitamina A e o Metotrexato é um medicamento antifolato (que bloqueia o funcionamento das células) – esse medicamento também é usado no tratamento de alguns tipo de câncer, como a leucemia. Ambos atuam sobre a produção de queratina e são usados apenas em casos de psoríase intensa.
Cremes específicos, que devem ser aplicados nas lesões, também ajudam a dissolver o acúmulo de queratina. Eles geralmente são feitos em farmácias de manipulação e podem conter LCD (que é um derivado do carvão), uréia e ácido salicílico. Se as lesões estão localizadas no couro cabeludo, também existem xampus similares.
Outro tipo de tratamento é a fototerapia, que nada mais é do que a exposição da pele à radiação emitida por lâmpadas especiais.
Tem cura?
“A psoríase não tem cura, o que tem é o controle. Existem esses medicamentos que melhoram a qualidade de vida do paciente e que aliviam as lesões na pele. Mas, fatalmente, depois de um tempo ele vai acabar tendo uma crise de novo e vai ter que tratar novamente”.
Existem grupos de risco?
A dermatologista diz que não. “Todo mundo pode ter psoríase”. Mesmo assim, ela explica que o fator genético tem influência, que o problema é mais comum em homens do que em mulheres e que fumantes costumam desenvolver uma psoríase mais intensa do que os demais pacientes. Caroline também comenta que novas pesquisas estão investigando a maior probabilidade de psoríase em pessoas com diabetes.
O problema tem relação com a genética?
“Pode ter, sim, mas também pode não ter. Não é porque o meu pai tem psoríase que eu vou ter também, mas a probabilidade é maior”, diz a médica.
É contagioso?
Não. Por ter aspecto parecido ao de uma micose, muita gente acaba achando que a psoríase é contagiosa, mas não é.
É verdade que o problema tem fundo emocional?
Sim. Os chamados surtos de psoríase (que é quando a doença se manifesta na pele) muitas vezes estão relacionados a momentos de estresse intenso. Mas é importante lembrar que nem sempre o problema está atrelada a questões emocionais. No caso da psoríase gutata, por exemplo, o surto pode ser ocasionado por uma infecção na garganta.
O sol e o calor interferem na psoríase?
Sim. “O sol faz bem. Quando chega o verão e as pessoas começam a se expôr ao sol, os próprios pacientes já sabem que a psoríase melhora. E a gente também recomenda que eles tomem sol, pois os benefícios são comprovados”, garante a dermatologista. Ela diz que 15 minutos de exposição diária, no começo da manhã ou no final da tarde, são suficientes.
Fonte: www.mdemulher.abril.com.br