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Efeito sanfona é mais perigoso do que você imagina

Emagreça devagar e com saúde para prevenir problemas do coração e diabetes

Dietas radicais prometem mudanças de manequim em tempo recorde. Mas, sempre que você emagrece a jato, corre o risco de recuperar o peso perdido na balança pouco tempo depois deles terem sido eliminados e, assim, entrar no temido efeito sanfona.

É bem capaz que você já esteja familiarizada com ele e tenha visto seu peso oscilar em questão de meses. Se isso está mesmo acontecendo, fique atenta! Uma pesquisa publicada no periódico americano New England Journal of Medicine acaba de comprovar que engordar e emagrecer o tempo todo aumenta o risco de problemas cardiovasculares e de morte prematura, especialmente entre pessoas que já apresentam fatores de risco para doenças do coração, como níveis altos de colesterol.

Os estudiosos acompanharam mais de 9 mil pessoas entre 35 e 75 anos de idade, por 5 anos, e registraram o peso de todas elas, a cada intervalo de seis meses. Conclusão: a flutuação constante de 1 quilo na balança já é suficiente para aumentar o risco de problemas cardiovasculares em 4% e o de morte prematura em até 9%. E pior: pessoas que entram no efeito sanfona com mais de 4 quilos têm uma incidência 124% maior de ataques do coração quando comparadas com aquela que mantêm o peso estável a vida toda.

Outro motivo para controlar o ponteiro da balança é que, além dos problemas citados até aqui, os pesquisadores encontraram uma relação direta entre a oscilação recorrente de peso e o desenvolvimento de diabetes.

Por isso, se você quer eliminar alguns quilinhos, invista em dietas que orientam para uma reeducação alimentar. Assim, você emagrece devagar, mas consciente das novas escolhas alimentares e sem efeito sanfona (ufa!).

Fonte: www.boaforma.abril.com.br

Exercício importa mais que ter bom colesterol

A atividade física neutraliza os efeitos nocivos de baixos índices de HDL, a partícula que remove a gordura das artérias

O aumento na concentração da molécula que faz uma faxina nos vasos é uma das vantagens dos esportes. “Mas isso nem sempre ocorre”, lamenta Gary O’Donovan, epidemiologista da Universidade Loughborough, na Inglaterra. E aí? Nesses casos mais resistentes, nem adianta investir em pedaladas ou caminhadas? Nada disso.

Com base em dados de mais de 37 mil britânicos, O’Donovan só observou uma associação entre taxas reduzidas do colesterol bom e uma maior mortalidade nos sujeitos que se mexiam menos de 150 minutos por semana. “Mesmo sem elevar a taxa de HDL, uma vida ativa pode aprimorar sua função”, diz o expert. É como se você deixasse essa partícula mais ágil para varrer a gordura e, assim, evitar entupimentos por trás de infarto e AVC.

A relevância do HDL

Em comparação com quem se exercita, um sedentário com HDL normal corre um risco 37% maior de morrer precocemente. Já entre os sedentários com HDL baixo, esse risco sobe para 65%.

Além do colesterol

O trabalho inglês ainda reforça que a movimentação está ligada a quedas na pressão, no peso, na glicemia… Ou seja, ela supera vários oponentes do peito. Daí porque é dificílimo vislumbrar uma pílula que substitua o esporte.

Glossário cardiovascular

LDL
É o chamado colesterol ruim, que deposita a gordura nas artérias. O esforço físico reduz seus níveis.

HDL
Ele transporta substâncias que obstruem os vasos para o fígado. Malhar aumenta sua quantidade e eficiência.

Triglicérides
É uma gordura que, em excesso, trava o fluxo sanguíneo. Ao suar a camisa, você derruba esse índice em 20%.

Fonte: www.saude.abril.com.br

Por dentro do azeite: fuja das fraudes

Análises recentes indicam que há muito produto fraudado no Brasil. Saiba como evitar enganações

No sul da Europa, ele é conhecido como ouro líquido. Nada mais justo. Trata-se da principal fonte de gordura dentro da festejada dieta mediterrânea, composta ainda por pescados, vegetaisnozes e castanhas. O ponto é que não falamos de uma gordura qualquer. “O azeite é rico em ácido oleico, um tipo monoinsaturado que dá estabilidade ao produto e proporciona diversos benefícios à saúde”, destaca Juliano Garavaglia, doutor em biologia celular e professor das universidades Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e do Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul.

Entre os efeitos clássicos desse nutriente estão a capacidade de baixar o colesterol LDL, que ameaça as artérias, e alavancar o HDL, considerado vantajoso. Mas pesquisadores do Hospital del Mar, em Barcelona, na Espanha, descobriram que a história vai além. Eles selecionaram quase 300 pessoas com alto risco cardíaco e as separaram em três grupos.

Dois seguiram a dieta mediterrânea clássica — uma era turbinada com azeite de oliva e a outra, com oleaginosas. A terceira turma foi orientada a maneirar na carne vermelha, nos itens processados, em lácteos gordurosos e doces. Depois de um ano, só quem usou quatro colheres de sopa de azeite por dia viu o HDL atingir outro patamar de qualidade.

A molécula se mostrou muito mais hábil para remover colesterol dos vasos e evitar a oxidação da versão LDL, o ponto de partida para a formação de placas nas artérias. Ocorre que a gordura boa não é o único trunfo do suco da azeitona. De acordo com Paulo Freitas, engenheiro de alimentos pela Universidade Estadual de Campinas (SP) e degustador profissional do produto, o fato de ele não passar por refino também o torna uma bela fonte de vitaminas e polifenóis. Estes são reconhecidos por sua função antioxidante, o que ajuda a explicar não só a defesa do HDL — e a garantia de sua boa atuação — como outras tantas benesses ao organismo creditadas ao alimento.

O azeite extravirgem, com maior teor dos tais polifenóis, anda surpreendendo lá para as bandas da cabeça. Em estudo com cobaias, o oleocantal, uma dessas substâncias, incitou a limpeza das proteínas beta-amiloides. Isso é animador porque, com o tempo, elas formam emaranhados capazes de destruir os neurônios — uma das hipóteses que explicam o estrago do Alzheimer.

Outro elemento que tem exibido potencial de debelar males neurodegenerativos atende pelo nome de hidroxitirosol. A combinação de antioxidantes ainda coloca o alimento na posição de aliado contra diabetes, osteoporose e até alguns tipos de câncer. A verdade é que, em termos de saúde, não faltam motivos para transformar o óleo da azeitona no rei da cozinha.

O lado infeliz: nem tudo que reluz dentro das garrafas é o azeite que a gente espera. Neste ano, pelo menos dois testes acusaram que o mercado está lotado de produtos fraudados. Uma das análises foi feita pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a Proteste, enquanto a outra leva a assinatura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (veja mais detalhes nos números da página à direita). Em ambas, dois problemas graves sobressaíram.

O primeiro foi a presença de azeite lampante, permitido apenas para uso industrial. “Ele tem muitos defeitos ligados a deterioração e conservação”, define o olivicultor Guajará Oliveira, presidente da Associação Rio-Grandense de Olivicultores. “Para uma marca ofertá-lo ao consumidor, precisa antes corrigir suas imperfeições. Ou seja, deve refiná-lo”, explica a auditora Fatima Parizzi, coordenadora-geral no Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Ministério da Agricultura. Feito isso, o óleo pode ser comercializado como azeite de oliva — e só. Nada de virgem ou extravirgem. Mas não é o que se vê por aí. Para piorar, esse líquido cheio de falhas costuma ser misturado a outros óleos vegetais, como de soja, milho e girassol, o que nos deixa diante do segundo problema.

Para Rita Bassi, presidente da Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira, é necessário desconfiar de preços baixos. A técnica Juliana Dias, representante da Proteste, concorda. “Azeite custa caro, até porque é importado”, justifica.

Hoje, ela entende que um item de menos de 10 reais provavelmente não merece ir para casa. Ainda bem que o Ministério da Agricultura está empenhado em fiscalizar e punir as marcas fraudulentas. Tanto que 850 mil litros de “azeite” foram retidos por estarem fora dos padrões ou com rotulagem irregular — quando se destaca a presença de azeite, só que vemos, em letras pequenas, que é tempero, ou seja, uma mistura.

“O fato de nem sempre conseguirmos confiar na qualidade do produto dificulta a prescrição, mas não pode ser um empecilho para seu consumo”, reflete a nutricionista Flávia Galvão Cândido, pesquisadora da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Para ela, os profissionais de saúde precisam estar bem informados para recomendarem as marcas idôneas. E, obviamente, o consumidor deve revirar os rótulos. Vale a pena. A inclusão do verdadeiro azeite extravirgem em um contexto de dieta brasileira (desde que equilibrada) só traz ganhos.

Quem viu de perto o impacto disso foi a própria Flávia. Em estudo com mulheres acima do peso, 21 delas receberam 25 mililitros diários de azeite. Para efeito de comparação, 20 voluntárias ingeriram a mesma quantidade de óleo de soja. “Ambos foram colocados em bebidas e servidos de manhã”, explica Rita de Cássia Alfenas, orientadora da pesquisa.

Nove meses depois, as nutricionistas notaram, na turma do azeite, uma redução na pressão e um aumento de 80% na perda de gordura corporal, o que afasta um monte de doenças. Já em experiências no Hospital de Caridade de Ijuí, no Rio Grande do Sul, a nefrologista Olvânia Oliveira percebeu que incluir o produto na rotina melhora mesmo os níveis de colesterol. Sim, nos assuntos de saúde, ele não dá brecha para imitação.

Escape dos engodos

No que ficar de olho para identificar um produto de qualidade 

Data de produção

Dê preferência aos mais novos. É que, com o tempo, os polifenóis do azeite vão se perdendo.

Local de envase

O desejável é que tenha sido embalado no país de origem. Isso reduz o risco de fraudes, como inclusão de outros óleos.

Ingredientes

Na lista, deve constar apenas “azeite de oliva extravirgem”. Afinal, o produto nada mais é do que o sumo da azeitona.

Preço
Evite marcas baratas: é indicativo de misturas. E ninguém merece pagar 10 reais em óleo comum.

Tipo de recipiente

Escolha garrafas escuras e do fundo da prateleira. Sinal de que os polifenóis estão mais blindados.

Letras miúdas

Ao ler “tempero português” ou “tempero espanhol”, significa que é mistura, e não azeite puro.

Para o azeite dar show

Depois de comprar um produto confiável, existem macetes para aproveitar tudo o que ele reúne de valioso no dia a dia

A melhor hora

O ideal é caprichar no fio de azeite ao finalizar pratos quentes. Dessa maneira, os polifenóis, sensíveis ao calor, são preservados.

Em grelhados

Em altas temperaturas, parte dos antioxidantes se perde. Mas nada absurdo. Tanto que o azeite permanece mais vantajoso do que os demais óleos.

A dose ideal

Em geral, fala-se em duas colheres de sopa — ou 32 gramas. Como o azeite é uma gordura, carrega calorias. Por isso, não dá para ingerir sem limites.

Como guardar

Para evitar a oxidação mais acelerada dos polifenóis, coloque o vidro longe da luz. Aliás, esse é o melhor recipiente para o óleo.

Tempo de validade

Depende da azeitona. Mas, fechado, tende a durar mais ou menos um ano. Depois de aberto, o correto seria consumir em um ou dois meses.

Muito além da salada

• No laboratório do professor Juliano Garavaglia, o azeite foi testado com carne vermelha. A combinação agradou.
• Também há experiências promissoras na área das sobremesas, como sorvete.
• A nutricionista Rita de Cássia sugere usar o azeite no lugar de manteiga ou margarina em pães e torradas.
• Não gosta da consistência líquida? “Pode mesclá-lo a ervas e levar à geladeira”, indica Rita. Ele vira uma pastinha saborosa.

Há tipos e tipos

O título de versão mais pura e saudável vai para a extravirgem. “É basicamente o suco da azeitona”, explica Paulo Freitas. O virgem, por sua vez, tem defeitos sensoriais sutis, mas carrega os cobiçados antioxidantes. O azeite problemático é mesmo o lampante, que precisa passar pelo refino para ser oferecido nas gôndolas. Esse processo extrai tudo do produto. Então, assim como as imperfeições, vão embora aroma e sabor. “Sobra só gordura”, diz a médica Olvânia Oliveira. Pelo menos é uma gordura bem-vinda.

Fonte: www.saude.exame.com.br

 

Cuidados para prevenir o Alzheimer devem começar cedo

Quanto mais cedo adotarmos bons hábitos, mais distante fica a chance de ter a Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer pode parecer algo bastante distante para quem tem 20 ou 30 anos. Mas esse mal incurável, que costuma se manifestar na velhice, é muito comum. No Brasil, 7,3% da população idosa tem Alzheimer. E quanto mais envelhecemos, mais chances de ter a doença: alguns estudos apontam que na faixa dos 80 anos, cerca de 40% das pessoas tenham Alzheimer.

Por que então se preocupar com Alzheimer aos 20 ou 30 e poucos anos? Porque alguns hábitos do nosso cotidiano podem ajudar ou prejudicar o cérebro ao longo da vida. E se, desde cedo, atentarmos e investirmos em algumas boas práticas, temos mais chance de driblar a doença e ter uma velhice mais saudável.

Conversamos com Cybelle Maria Diniz Azeredo Costa, Médica Geriatra da UNIFESP e Colaboradora da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) para entender melhor o que podemos fazer desde jovens para diminuir as chances de ter essa doença.

Para começar, é importante saber que o Alzheimer não tem apenas uma causa definida. É uma somatória de fatores genéticos, físicos, cognitivos e emocionais.

O fator genético não pode ser modificado: se temos tendência a ter a doença, isso não vai mudar. Mas podemos interferir nos outros fatores. É sabido que doenças como pressão alta, diabetes e colesterol alto têm a ver com o Alzheimer, bem como a obesidade. Uma dieta saudável e a prática regular de exercícios físicos, portanto, podem ajudar a tratar e prevenir esses fatores.

O fator cognitivo também pode ser trabalhado: “Manter o cérebro sempre ativo é fundamental. Novos desafios favorecem a ter uma rede de comunicação dos neurônios sempre ativa e forte”, explica Cybelle. Dar a devida atenção a doenças mentais como depressão e ansiedade e controlar o estresse também são cuidados importantes, pois isso tudo pode prejudicar o funcionamento dos neurônios.

“Uma pessoa jovem, em torno de 20 anos, que pratica exercício, estuda  e aprende desde cedo a proteger e estimular seu cérebro terá um envelhecimento cerebral saudável, reduzindo as chances de ter a doença de Alzheimer. Mas é importante dar estímulo ao cérebro e também fazê-lo repousar”, explica Cybelle.

Quer gabaritar na prevenção do Alzheimer? Coloque a prática de atividades físicas na sua rotina: “150 minutos de exercício moderado por semana, no mínimo!”, recomenda Cybelle. Além disso, fique sempre de olho na pressão sanguínea, diabetes e colesterol, pratique yoga ou meditação 30 minutos por dia e coloque peixes, legumes, castanha e azeite no prato. Tudo isso tem efeito positivo comprovado!

Fonte: https://mdemulher.abril.com.br/saude

Lentilha baixa o colesterol e afasta o diabetes

A leguminosa é rica em fibras, proteínas e antioxidantes, um combo poderoso para a saúde

Sorte de quem inclui a lentilha no dia a dia e não apenas nas celebrações da passagem de ano. A escolhida como símbolo da fartura na festa de Réveillon ostenta vantagens ao corpo. Embora aqui no Brasil ela não esteja no cotidiano, na Europa e na Ásia — sua terra natal, diga-se — marca presença nas mais variadas preparações, sendo uma das principais fontes proteicas em locais onde o vegetarianismo sobressai, caso da Índia.

Também oferece minerais como o ferro, o magnésio e o fósforo, trio que dá um chega pra lá no cansaço. Uma de suas maiores riquezas, no entanto, é mesmo a quantidade de fibras.

Aliás, essa opulência faz com que alguns fujam do alimento por temer os desconfortáveis gases. Uma estratégia para evitar o problema é deixar os grãos de molho durante a noite e trocar a água antes do cozimento.

Também é fundamental caprichar na mastigação. Vale a pena, até porque é justamente pelo seu alto teor fibroso que a leguminosa é apontada como uma senhora protetora do peito.

Suas fibras solúveis passam pelo processo de fermentação no intestino, dando origem a certos ácidos graxos capazes de inibir a produção do colesterol lá no fígado. As taxas da molécula gordurosa, então, tendem a baixar e as artérias ficam livres de sufocos.

Consumir o alimento cerca de três vezes por semana também já foi associado à proteção contra o desenvolvimento de diabetes. Que tal dar uma chance à lentilha no dia a dia?

Um conselho

Para usufruir do ferro oferecido por essa leguminosa, um macete é consumir seus grãos junto a fontes de vitamina C. O nutriente encontrado na acerola, na laranja, nos brócolis e na couve favorece a absorção e o aproveitamento do mineral que combate a anemia.

Raio X da lentilha*

Energia: 93 calorias
Proteínas: 6 g
Fibras: 7,9 g
Ferro: 1,5 mg
Fósforo: 104 mg
Magnésio: 22 mg

*Os valores se referem a 100 gramas, o correspondente a 1 concha grande lentilha cozida

Fonte: Esse texto foi retirado do livro “50 Alimentos Funcionais”da revista SAÚDE – www.saude.abril.com.br

Por que amêndoas ajudam no controle do colesterol

Colocar um punhado dessas oleaginosas na rotina faz um bem danado às artérias

Não é de hoje que os cientistas sabem que incluir amêndoas no dia a dia ajuda a diminuir os níveis do colesterol LDL, considerado fator de risco para doenças cardíacas. Contudo, pouco se conhece sobre o efeito dessa oleaginosa no HDL, o colesterol visto como benéfico. Pois a pesquisadora Penny Kris-Etherton, da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, decidiu tirar o atraso nessa área.

Ela conduziu um estudo com a intenção de observar se amêndoas poderiam não só aumentar como melhorar a função do HDL, que atua basicamente removendo a gordura das artérias e transportando-a pelo corpo, com o objetivo de eliminá-lo. “O HDL é muito pequeno quando liberado na circulação. Mas, como um saco de lixo, vai ficando maior e mais esférico à medida que tira colesterol das células e tecidos”, contou Kris-Etherton, em comunicado ao site da universidade.

Dependendo de quanto colesterol ele consegue coletar, o HDL é categorizado em cinco subtipos. E os cientistas esperavam que a ingestão de amêndoas resultasse nas partículas maiores, o que significaria mais eficiência na hora de executar a tal da limpeza nos vasos.

Para confirmar esse dado, eles recrutaram 48 homens e mulheres com colesterol LDL elevado. Durante seis semanas, esse pessoal recebeu dietas idênticas, incluindo um lanchinho diário representado por 43 gramas de amêndoas – o equivalente a uma mão cheia do alimento. Depois desse período, o snack mudou. Por mais seis semanas eles continuaram a dieta, mas passaram a ganhar um muffin de banana no intervalo das refeições.

Ao comparar os dois momentos, os cientistas perceberam que, em relação à dieta com muffin, a inclusão da amêndoa aumentou em 19% os níveis daquele HDL maior e mais maduro. Além disso, a presença da oleaginosa melhorou em 6,4% a atuação dessa partícula.

A pesquisadora Kris-Etherton afirmou que, embora as amêndoas não eliminem o risco de doença cardíaca, podem ser escolhas espertas para um lanche. Até porque esse alimento oferta uma boa dose de gorduras boas, vitamina E e fibras.

“As amêndoas não são a cura para tudo, mas, quando consumidas em moderação e no lugar de itens com baixo valor nutricional, são ótimos complementos para uma dieta equilibrada”, disse. Segundo ela, dá para esperar muitos benefícios com essa medida – e não só para o coração.

Fonte: www.saude.abril.com.br

Cardiologistas brasileiros estabelecem valores mais rígidos de colesterol ruim

As altas taxas de colesterol na população levaram a novas mudanças nos parâmetros usados pelos médicos para medir o problema.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) alterou valores de referência para colesterol e triglicérides, fechando o cerco dos limites considerados ideais. A mudança atinge principalmente o colesterol LDL, o “ruim”. Pacientes com risco cardíaco muito alto devem ter o índice abaixo de 50 miligramas por decilitro de sangue – antes, o ideal era de 70. Com a nova diretriz, o Brasil passa a ser o país mais rígido nesse parâmetro, segundo a SBC.

As mudanças foram publicadas em uma atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose. Na prática, os exames de colesterol agora vão indicar quais os valores de referência de acordo com o risco cardíaco dos pacientes.

“Quando uma pessoa que enfartou via que o valor ideal [de colesterol ruim] era abaixo de 160, nem voltava ao médico. Mas, para ele, a meta tem de ser mais baixa”, afirma o presidente do Departamento de Aterosclerose da SBC, André Faludi.

São enquadrados no grupo de pacientes de risco cardíaco muito alto, por exemplo, aqueles que tiveram enfarte, derrame ou amputação da perna por doença na artéria. Já no grupo de risco alto estão os diabéticos, explica Faludi. Para esses, o colesterol “ruim” deve estar abaixo de 70 miligramas por decilitro de sangue. Pessoas que não têm fatores de risco podem ter o índice de até 130 mg/DL.

A ideia é que os médicos se atentem a esses novos valores para indicar o tratamento mais adequado aos pacientes. Os laboratórios também devem mudar os índices de referência nos exames. Segundo Faludi, alguns estabelecimentos já aplicam a nova regra. “A primeira diretriz que reduziu os níveis de colesterol LDL para 50 é a do Brasil. Mas a Sociedade de Diabetes Europeia já reduziu para 55 nos pacientes diabéticos com doença cardiovascular. Existe uma tendência. Nos Estados Unidos, para o indivíduo que já teve fator de risco, o tratamento é para reduzir o colesterol o máximo possível.”

As novas regras mudam ainda o colesterol total: antes o valor considerado desejável era abaixo de 200 mg/dl – agora é de 190 mg/dl. Para Faludi, manter os índices de colesterol “ruim” baixos é benéfico para os pacientes. “Isso reduz o risco de enfarte e derrame”, diz.

Para facilitar a avaliação de médicos sobre o grupo de risco em que se enquadram os pacientes, a SBC lançou um aplicativo gratuito. A ferramenta permite que o profissional preencha dados como idade do paciente, doenças crônicas e eventos prévios como enfarte e Acidente Vascular Cerebral (AVC) para determinar em qual grupo de risco ele está – e, assim, conferir qual o valor de colesterol considerado ideal.

Hábitos

Para especialistas, o cerco maior ao colesterol deve levar a mudanças no estilo de vida dos pacientes de alto risco. “Diminuir gorduras saturadas e gorduras trans ajuda no tratamento”, diz Faludi, que ainda destaca a importância de exercícios físicos regulares.

O documento com as novas diretrizes aponta, por exemplo, que o consumo de uma a duas porções de soja está associado a uma redução de 5% no colesterol ruim. Também incentiva a inclusão de fibras na alimentação e a decisão de banir o cigarro.

Em casos mais graves, para chegar aos parâmetros, no entanto, os pacientes precisarão de remédios. “A medicação tem de ser usada em muitos casos, mas a primeira ação é a mudança de estilo de vida. Não é nosso objetivo que a população simplesmente tome mais remédio”, pondera o cardiologista do Hospital do Coração (HCor) Antonio Carlos Chagas.

Para o publicitário Raphael d’Ávila Borges, de 31 anos, a medicação foi inevitável. Ele se preocupou quando viu o resultado dos exames, que apontava triglicérides em 490 mg/dl e colesterol ruim acima de 200 mg/dl . Nem o HDL – considerado o colesterol “bom” – de Borges estava adequado.

“Fiz dieta por três a quatro meses, mas não adiantou. Então, comecei a tomar remédio e, provavelmente, vou tomar para a vida toda”, conta. O publicitário ainda tenta controlar os carboidratos e gorduras.

Para o coordenador de marketing Davi Junior, de 37 anos, que tem colesterol alto, controlar o problema exige atenção e disciplina. “Faço exames rotineiros a cada três meses, em média”, afirma. Para diminuir a dose de medicamentos, pratica natação e modera na alimentação.

“Meu colesterol é tão alto que se só parar de comer determinados alimentos não chega ao ponto necessário. Tenho sempre de seguir esse trio (alimentação, exercício e medicamento) para dar certo.”

Fonte: www.uol.com.br