Solidão pode matar tanto quanto a obesidade

Levantamento com dados de quase 4 milhões de pessoas aponta que viver (ou se sentir) sozinho é bem mais prejudicial do que parece

Muito se fala sobre a prevalência e os prejuízos da obesidade. Mas uma análise apresentada na 125ª Convenção Anual da Associação Americana de Psicologia alerta para outro mal pra lá de nocivo: a solidão. De acordo com os condutores do trabalho — cientistas da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos —, uma das principais ameaças nesse sentido seria o aumento do risco de morte prematura.

A pesquisa ocorreu em duas partes. Na primeira, 148 estudos foram avaliados, totalizando 300 mil pessoas. Cruzando as informações dessa turma, os experts americanos concluíram que quem cultiva bons relacionamentos interpessoais tem 50% mais chances de não falecer antes da hora em comparação aos solitários.

Já a segunda etapa considerou os dados de aproximadamente 3,4 milhões de voluntários, divididos em 70 pesquisas. Como era de se esperar, também houve uma clara relação entre a solidão ou o isolamento social e o risco de morrer antes do tempo. Mas o que intrigou os experts é o fato de esses problemas, segundo o estudo, serem tão deletérios quanto a obesidade ou outras condições sérias de saúde.

O isolamento social é definido como pouco ou nenhum contato com outros indivíduos. A solidão, por sua vez, é marcada pela falta de conexão emocional com os demais. Ou seja, é possível se sentir sozinho mesmo em meio a um mar de gente.

Durante a convenção em que essa revisão foi apresentada, a professora de psicologia Julianne Holt-Lunstad, uma de suas autoras, destacou a relevância do achado para os que estão na terceira idade, quando a falta de contato social é mais comum. Para ela, tal associação reforça a importância de investirmos em iniciativas que promovem o engajamento e a interação desse público, como centros de recreação e jardins comunitários.

Fonte: www.saude.abril.com.br

Cardiologistas brasileiros estabelecem valores mais rígidos de colesterol ruim

As altas taxas de colesterol na população levaram a novas mudanças nos parâmetros usados pelos médicos para medir o problema.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) alterou valores de referência para colesterol e triglicérides, fechando o cerco dos limites considerados ideais. A mudança atinge principalmente o colesterol LDL, o “ruim”. Pacientes com risco cardíaco muito alto devem ter o índice abaixo de 50 miligramas por decilitro de sangue – antes, o ideal era de 70. Com a nova diretriz, o Brasil passa a ser o país mais rígido nesse parâmetro, segundo a SBC.

As mudanças foram publicadas em uma atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose. Na prática, os exames de colesterol agora vão indicar quais os valores de referência de acordo com o risco cardíaco dos pacientes.

“Quando uma pessoa que enfartou via que o valor ideal [de colesterol ruim] era abaixo de 160, nem voltava ao médico. Mas, para ele, a meta tem de ser mais baixa”, afirma o presidente do Departamento de Aterosclerose da SBC, André Faludi.

São enquadrados no grupo de pacientes de risco cardíaco muito alto, por exemplo, aqueles que tiveram enfarte, derrame ou amputação da perna por doença na artéria. Já no grupo de risco alto estão os diabéticos, explica Faludi. Para esses, o colesterol “ruim” deve estar abaixo de 70 miligramas por decilitro de sangue. Pessoas que não têm fatores de risco podem ter o índice de até 130 mg/DL.

A ideia é que os médicos se atentem a esses novos valores para indicar o tratamento mais adequado aos pacientes. Os laboratórios também devem mudar os índices de referência nos exames. Segundo Faludi, alguns estabelecimentos já aplicam a nova regra. “A primeira diretriz que reduziu os níveis de colesterol LDL para 50 é a do Brasil. Mas a Sociedade de Diabetes Europeia já reduziu para 55 nos pacientes diabéticos com doença cardiovascular. Existe uma tendência. Nos Estados Unidos, para o indivíduo que já teve fator de risco, o tratamento é para reduzir o colesterol o máximo possível.”

As novas regras mudam ainda o colesterol total: antes o valor considerado desejável era abaixo de 200 mg/dl – agora é de 190 mg/dl. Para Faludi, manter os índices de colesterol “ruim” baixos é benéfico para os pacientes. “Isso reduz o risco de enfarte e derrame”, diz.

Para facilitar a avaliação de médicos sobre o grupo de risco em que se enquadram os pacientes, a SBC lançou um aplicativo gratuito. A ferramenta permite que o profissional preencha dados como idade do paciente, doenças crônicas e eventos prévios como enfarte e Acidente Vascular Cerebral (AVC) para determinar em qual grupo de risco ele está – e, assim, conferir qual o valor de colesterol considerado ideal.

Hábitos

Para especialistas, o cerco maior ao colesterol deve levar a mudanças no estilo de vida dos pacientes de alto risco. “Diminuir gorduras saturadas e gorduras trans ajuda no tratamento”, diz Faludi, que ainda destaca a importância de exercícios físicos regulares.

O documento com as novas diretrizes aponta, por exemplo, que o consumo de uma a duas porções de soja está associado a uma redução de 5% no colesterol ruim. Também incentiva a inclusão de fibras na alimentação e a decisão de banir o cigarro.

Em casos mais graves, para chegar aos parâmetros, no entanto, os pacientes precisarão de remédios. “A medicação tem de ser usada em muitos casos, mas a primeira ação é a mudança de estilo de vida. Não é nosso objetivo que a população simplesmente tome mais remédio”, pondera o cardiologista do Hospital do Coração (HCor) Antonio Carlos Chagas.

Para o publicitário Raphael d’Ávila Borges, de 31 anos, a medicação foi inevitável. Ele se preocupou quando viu o resultado dos exames, que apontava triglicérides em 490 mg/dl e colesterol ruim acima de 200 mg/dl . Nem o HDL – considerado o colesterol “bom” – de Borges estava adequado.

“Fiz dieta por três a quatro meses, mas não adiantou. Então, comecei a tomar remédio e, provavelmente, vou tomar para a vida toda”, conta. O publicitário ainda tenta controlar os carboidratos e gorduras.

Para o coordenador de marketing Davi Junior, de 37 anos, que tem colesterol alto, controlar o problema exige atenção e disciplina. “Faço exames rotineiros a cada três meses, em média”, afirma. Para diminuir a dose de medicamentos, pratica natação e modera na alimentação.

“Meu colesterol é tão alto que se só parar de comer determinados alimentos não chega ao ponto necessário. Tenho sempre de seguir esse trio (alimentação, exercício e medicamento) para dar certo.”

Fonte: www.uol.com.br

Reforma na lei dos planos de saúde deve dar equilíbrio financeiro para empresas, diz relator

Relator da Comissão Especial sobre Planos de Saúde, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), diz que é preciso “racionalizar” o sistema de saúde suplementar, que contempla quase 25% da população brasileira, dando equilíbrio econômico-financeiro para as empresas.

“Não podemos perder de vista que esta é uma atividade privada”, afirmou o deputado, durante audiência pública sobre os reajustes das mensalidades nos planos privados de assistência coletiva por adesão.

Na visão do relator, muitas vezes o Judiciário “transborda” o que determina a Constituição — “saúde um direito da população brasileira e dever do Estado” — e passa obrigações para os operadores privados. “A saúde suplementar complementa o sistema de saúde do governo, mas não pode e não deve ser confundido com o Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirmou.

O relator observou ainda que a incorporação das novas tecnologias impacta os operadores privados, que repassam os custos para os usuários, fazendo com que o peso dos planos no orçamento familiar fique abusivo. Segundo ele, há muitos interesses a serem conciliados na proposta que vai apresentar – o dos pacientes, o das operadoras e dos médicos, por exemplo.

Marinho acrescentou que vai apresentar até o final de agosto o substitutivo às mais de 140 propostas que estão sendo analisadas pelo colegiado. A comissão visa reformar a Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/98), e os projetos analisados tramitam em regime de urgência.

Médicos e reajustes

O presidente da comissão especial, deputado Hiran Gonçalves (PP-RR), afirmou que a classe médica ten sido colocada de lado na relação com os planos de saúde, lembrando que os médicos recebem de R$ 40 a R$ 70 por consulta.

“Espero que os médicos sejam contemplados no relatório”, completou.

Já a deputada Carmem Zanotto (PPS-SC), que pediu a realização da audiência, afirmou que os reajustes nos planos de saúde coletivos por adesão, fixados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), têm variado de 10% a 50%. Para a deputada, cláusulas contratuais que preveem, genericamente, reajuste de mensalidades são abusivas e, portanto, nulas de pleno direito.

O advogado especialista em direito em Saúde, Rodrigo Araújo, afirma que, atualmente, a maior dificuldade enfrentada pelo consumidor de planos de saúde é o custo do serviço e o reajustamento. Ele lembra que, de janeiro de 2015 até junho de 2016, as operadoras de saúde perderam mais de 3 milhões de beneficiários, mas houve a compensação dessa receita através da aplicação de reajustes não fiscalizados e nem controlados pela ANS. Prova disso, diz ele, é o fato de as operadoras, mesmo diante da evasão de clientes, terem aumentado o lucro de 2016 em 70,6% em comparação com o ano de 2015, conforme amplamente divulgado pela imprensa em junho desse ano:

— Portanto, a preocupação da Câmara dos Deputados em garantir o equilíbrio financeiro das operadoras é válida, mas não justifica a alteração da Lei para excluir Direitos conquistados pelos consumidores a duras penas durante a década de 90 e que decorreram de muitos anos de luta contra abusividades cometidas pelos fornecedores de serviços e de produtos. Quem, na verdade, precisa da interferência do Poder Legislativo para garantir esse equilíbrio financeiro é o consumidor, que precisa comprometer uma fatia cada vez maior de seu salário para pagar o plano de saúde, já que o reajuste desse serviço tem sido muito superior ao reajuste de salários.

Envelhecimento da população

O diretor-presidente da Seguradora Unimed, Helton Freitas, no entanto, disse que os planos de saúde têm sido reajustados abaixo da inflação do setor — embora acima da inflação geral— e que tem diminuído o número de pessoas que possuem planos de saúde no Brasil.

“O segmento mais atingido foi o das empresas, que não conseguem mais pagar o plano de saúde de seus funcionários”, informou.

De acordo com ele, apenas no “segmento de pessoas idosas” tem havido aumento de contratação de planos de saúde. Para Freitas, a reforma da lei deve incluir a discussão sobre o impacto do envelhecimento populacional sobre o sistema de saúde suplementar:

“As pessoas idosas adoecem mais: uma pessoa de 80 anos tem gastos 13 vezes maior para os planos do que os jovens”.

Ele pediu um marco legal “enxuto e reconhecido”, que reforce o valor dos contratos e que seja complementado pela regulamentação.

“A lei tem que regular menos; a agência, regular mais”, opinou.

Para ele, a regulação excessiva do governo retira a atratividade para os investimentos.

O diretor da Unimed afirmou ainda que o “crescimento exponencial” da judicialização no setor é um dos fatores que prejudicam o equilíbrio econômico-financeiro dos operadores de planos de saúde. Na visão dele, a Justiça muitas vezes tem ignorado o marco regulatório do setor em suas decisões.

Fonte: www.oglobo.com

Pesquisadores corrigem genes defeituosos em embriões humanos

Estudo publicado na “Nature” usou técnica de edição genética em doença cardíaca hereditária

A revista “Nature” publicou no dia 2 de agosto um artigo que descreve detalhadamente como pesquisadores modificaram genes humanos defeituosos gerando embriões humanos saudáveis usando uma técnica revolucionária de edição genética — a Crispr, que permite a modificação precisa de genes. O estudo foi liderado por Shoukhrat Mitalipov, da Oregon Health and Science University, nos EUA.

A façanha é particularmente importante porque indica que o genoma humano pode ser modificado para a correção de doenças. O artigo da “Nature” descreve que a técnica foi utilizada para a correção de uma mutação no gene MYBPC3, ligado a cardiomiopatia miotrófica, uma condição genética hereditária que dificulta o bombeamento do sangue pelo coração.

Os cientistas não “curaram” pessoas com a doença. Eles fertilizaram óvulos de 12 mulheres usando esperma de um homem com cardiomiopatia hipertrófica. Em seguida, injetaram uma enzima com Crispr, mecanismo que funciona como uma “tesoura genética”, que cortou a sequência de DNA mutada no gene MYBPC3 masculino, além de uma sequência sintética de DNA saudável.

Sequência de imagens mostra o desenvolvimento de embriões após injeção de uma enzima de correção de genes e esperma de um doador com uma mutação genética conhecida por causar cardiomiopatia hipertrófica. (Foto: Nature/OHSU)

A expectativa era que o genoma masculino copiasse essa seqüência saudável para a porção cortada, pois é assim que esse processo de edição de genes funciona em outras células do corpo e em embriões de camundongos.

No entanto, o gene masculino copiou a sequência saudável do gene feminino. Os autores não sabem por que isso aconteceu.

De 54 embriões, 36 ficaram sem mutação, uma melhoria significativa em relação às circunstâncias naturais de concepção, em que cerca de metade não teria a mutação. Outros 13 embriões também surgiram sem a mutação, mas não em todas as células.

O feito já havia sido divulgado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês) na semana passada. Com a publicação da “Nature”, no entanto, isso significa que a técnica foi referendada pela comunidade científica, já que o artigo foi revisado por outros cientistas antes da publicação.

Edição de genoma

Técnicas de edição do genoma humano são um feito há muito tempo almejado por cientistas, já que, teoricamente, isso indica que condições genéticas não mais serão uma “sentença” para toda a vida. Antes, cientistas chineses já reportaram a edição do DNA humano com sucesso e outros times de pesquisadores também pesquisam a utilização da técnica para correção do DNA em embriões.

Agora, melhorias importantes foram feitas para que a técnica se tornasse mais segura. Pesquisadores alertam, no entanto, que ainda há muito o que considerar para a aplicação clínica da técnica — como a necessidade da reprodução do mesmo feito em outras mutações genéticas.

Implicações éticas

A edição do genoma antes do nascimento é um tema há muito debatido na sociedade pela possibilidade de abuso no uso da técnica — como, por exemplo, a correção do DNA para determinadas predileções estéticas ou de raça.

Um relatório recente da Academia de Ciência, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos defendeu que cientistas não deveriam utilizar a técnica ainda para editar embriões antes da gravidez. O uso no laboratório, no entanto, foi considerado aceitável pela entidade.

Fonte: www.g1.com.br

Câncer: hábitos que contribuem até para o sucesso do tratamento

Estudos comprovam que certos hábitos são decisivos para ter sucesso contra a doença

Pessoas com câncer perguntam frequentemente sobre o que podem fazer junto ao tratamento para superar o problema ou impedir seu retorno. “A boa notícia é que agora temos o que recomendar a elas com base em evidências robustas”, comemora o oncologista Daniel Hayes, presidente da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês). O médico se refere à ênfase dada no congresso anual da instituição – o maior do mundo nessa área – para a importância do estilo de vida inclusive após o diagnóstico da doença. Sim, mais do que prevenir no mínimo um terço dos tumores, hábitos equilibrados ajudam a debelá-los com maior eficácia.

Um dos trabalhos de grande destaque nesse sentido foi apresentado por Erin Van Blarigan, epidemiologista da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Ela e seus colegas começaram orientando 992 voluntários com câncer colorretal a fazer exercício físico, cuidar do peso, ingerir grãos integrais, frutas e verduras e maneirar nas carnes vermelhas e processadas. Daí ficaram atentos a quem seguiu as metas propostas e às pessoas que preferiram deixá-las de lado.

Cerca de sete anos depois, o combo de medidas saudáveis culminou em uma redução de 42% na mortalidade. Mais: se o participante bebesse pouco álcool, baixava o risco de morte em 51% e o de recorrência da enfermidade, em 36%. “O método dessa pesquisa se parece com o usado para testar medicações. Ele é, portanto, rigoroso e confiável”, analisa o oncologista Raphael Brandão, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Porém, para obter a magnitude de benefícios observada, é necessário cumprir todas aquelas orientações. “Ou seja, ser o paciente nota 10”, brinca Brandão, que também integra o Centro Paulista de Oncologia.

Em última instância, o encontro da Asco – que ainda deu espaço a pesquisas sobre estresse, vacinação contra o HPV e por aí vai – reflete uma mudança em curso na oncologia. “A cardiologia, uma área mais experiente da medicina, já observou que o tratamento farmacológico, sem a adesão de hábitos equilibrados, não funciona direito. Agora é a nossa vez”, compara Brandão. A médica Mariana Laloni, coordenadora do Centro de Oncologia do Hospital 9 de Julho, na capital paulista, arremata: “Precisamos olhar primeiro para o indivíduo, não para a doença”.

Essa visão holística – para usar um termo na moda – aos poucos ganha força no Brasil. A BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo está em via de inaugurar um centro para quem sobreviveu ao câncer. “O objetivo é alinhar as terapias convencionais com o estilo de vida e, assim, minimizar o risco de problemas futuros”, esclarece o oncologista Fernando Maluf. “Sabemos que não é fácil parar de fumar ou começar a se exercitar, mas temos de incentivar essas estratégias, até por serem baratas”, defende.

Já o Instituto do Coração, o InCor, em São Paulo, criou um grupo para avaliar o papel da atividade física no controle de danos ao músculo cardíaco que são causados por quimioterápicos. “Queremos ver se ela ajuda a tolerar melhor as drogas”, contou o educador físico Carlos Eduardo Negrão, líder desse time, durante o congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.

Se essa é uma questão em aberto, sobram evidências do potencial de caminhadas e afins contra a fadiga, um efeito colateral difícil de ser atenuado com pílulas. Da prevenção ao tratamento, passando pelo manejo de reações adversas, nossos comportamentos podem atuar em praticamente todas as frentes de batalha contra o câncer.

Mais verde, menos carne

Aquele levantamento sobre estilo de vida e tumores colorretais faz coro à orientação do Instituto Nacional de Câncer (Inca) de comer, no mínimo, cinco porções de frutas e verduras por dia e, no máximo, 300 gramas de carne vermelha por semana – versões processadas devem ser evitadas. Tais regras valem na prevenção e no tratamento. “Os vegetais têm antioxidantes, que combatem a formação de radicais livres, e fibras, que diminuem o contato do corpo com compostos tóxicos”, diz Renata Brum Martucci, nutricionista do Inca. Já o excesso de embutidos e o de carnes preparadas em altíssimas temperaturas nos enche de moléculas nocivas.

Hábitos saudáveis, que incluem uma dieta rica em vegetais e pobre em carne vermelha, aplacam em 42% o risco de morte em pessoas com câncer colorretal.

Álcool, só um tantinho

Vamos recorrer, de novo, à pesquisa do início da reportagem: a baixa ingestão de itens como cerveja e uísque foi examinada à parte por não integrar as recomendações da Sociedade Americana de Câncer (ACS) voltadas para sobreviventes da doença. “Mas o impacto foi tão considerável que talvez mude a diretriz”, argumenta Brandão. O limite é de um drinque por dia para mulheres e dois para homens. “Só que isso entre gente com hábitos saudáveis”, salienta Renata. “Não sabemos se alguém obeso, sedentário e com má alimentação teria um risco adicional de sofrer com câncer ao beber, mesmo que apenas um pouco”, conclui.

Ao não tomar álcool em excesso e seguir outras atitudes saudáveis, o risco de morte cai 51% em vítimas do câncer colorretal.

Parar de fumar sempre ajuda

Existe a ideia de que, uma vez flagrado o câncer, não há razão para cessar o tabagismo. Besteira das grandes, que mereceu até palestra no congresso da Asco. Pra começo de conversa, o raio pode cair duas vezes no mesmo lugar – a fumaça decorrente das tragadas eventualmente patrocina mais de um nódulo maligno ao longo da vida. Depois que as substâncias do cigarro interferem na ação da quimioterapia. “Quem deixa de fumar, mesmo só após a descoberta da doença, vive mais, segundo os estudos”, sacramenta Carolina Kawamura, oncologista da BP.

Menos de 10% da nossa população fuma.
24 490 brasileiros morrem de câncer de pulmão por ano. O tabaco é a principal causa.

Vacina de HPV faz bem à boca

Um estudo da Universidade Estadual de Ohio (EUA) constatou que a prevalência de infecções bucais pelo vírus do papiloma humano foi 88% menor em quem tomou ao menos uma dose do imunizante. O achado tem implicações importantes, já que, na terra do Tio Sam, mais da metade dos tumores de orofaringe é ocasionada por esse vírus – sim, o cigarro já ficou pra trás. O cirurgião oncológico Luiz Paulo Kowalski, do A.C.Camargo CancerCenter, em São Paulo, crê que, no Brasil, a situação é similar: “Aqui no hospital, 75% dos tumores de amígdala são desencadeados pelo HPV”.

Reportar os sintomas ajuda (mesmo)

Entre 766 sujeitos com tumores avançados atendidos no Memorial Sloan Kettering Cancer Center (EUA), os que reportaram semanalmente pela internet seus sintomas viveram cinco meses a mais. “O impacto é maior que o de vários remédios modernos”, diz o oncologista Ethan Basch, autor da investigação. O médico André dos Santos, vice-presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, exemplifica: “A náusea pode sinalizar uma lesão renal pela químio. Ao pegarmos isso cedo, temos como conter os danos”. O expert sugere escrever numa agenda sobre o tratamento e os efeitos colaterais.

Quem reporta sintomas em um programa online vive mais 5 meses.
Pede-se para conduzir o paciente avançado aos cuidados paliativos no máximo 2 meses após o diagnóstico.

O peso da obsidade

O excesso de gordura corporal exacerba a produção de certos hormônios que aceleram a multiplicação celular. “Esse é um dos motivos que explicam o vínculo entre a obesidade e tumores como os de mama”, afirma Stephen Stefani, oncologista do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre. Agora a novidade: cientistas da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, descobriram que mulheres obesas que perderam 5% ou mais do próprio peso tiveram uma redução de 56% no risco de manifestar câncer de endométrio. Emagrecer, portanto, rende ótimos frutos.

84 mil casos de câncer são atribuídos à obesidade todos os anos.
Mulheres acima do peso com tumor de mama têm o risco de morte aumentado em 75%.

Vale a pena fazer exercício físico

Quer provas? Uma pesquisa espanhola indica que a atividade física derruba pela metade o risco de mulheres com predisposição genética desenvolverem um tumor de mama. Outra, essa da Austrália, mostra que, entre 337 voluntárias com a enfermidade, as que se exercitavam possuíam o dobro de chance de estarem vivas após oito anos. “O desafio é definir o melhor treino e manter a adesão”, pondera Claudio Battaglini, educador físico da Universidade da Carolina do Norte (EUA). Hoje, a sugestão é 150 minutos de suor por semana. Contudo, Battaglini alega que mesmo uma menor frequência acarreta benefícios como controle da fadiga.

E lá vem o estresse

Ele vem se alastrando da psiquiatria para outras áreas médicas – e, agora, parece desembarcar na oncologia. Baseados em questionários respondidos por 301 pessoas, estudiosos da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, firmaram uma ligação entre passar nos últimos cinco anos por um evento muito inquietante – como perda de emprego – e uma probabilidade 78% maior de padecer com câncer de pulmão. “Faltam evidências para de fato atribuir esse efeito ao estresse, mas o estudo chama a atenção”, analisa Maluf. Talvez a queda na imunidade ocasionada pelo nervosismo esteja por trás do resultado.

Exame: cada um tem o seu

“É vital discutir avaliações preventivas com um médico”, crava Maria Del Pilar Estevez Diz, oncologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Para gente suscetível ao câncer de mama, por exemplo, a mamografia, isolada, não seria suficiente. Segundo análise da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul, a combinação desse teste com a ressonância magnética acarretou mais detecções precoces e uma maior sobrevida em 3 mil voluntárias de alto risco. “Diagnosticar a doença no início ainda possibilita tratamentos menos agressivos”, diz Maria Del Pilar. E isso está nas suas mãos.

Mediadas simples

Elas são aplicáveis no cotidiano e dão uma força para subjugar os tumores

Dá-lhe ioga
De acordo com um trabalho da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, a técnica fez com que mulheres sentissem melhoras na fadiga decorrente do tratamento e na qualidade do sono.

Um mix de castanhas
A ingestão semanal de 56 gramas de oleaginosas (dois punhados) foi associada, em um artigo americano e canadense, a uma queda de 42% no risco de reincidência de câncer colorretal.

Tecnologia contra a queda de cabelo
Há uma touca, disponível em poucos centros no Brasil, que resfria a cabeça durante a sessão de químio para minimizar a perda dos fios. Pois um artigo americano aponta que 50% das participantes se beneficiaram do método.

Creme para preservar as unhas
A onicólise, uma fragilização das unhas de quem se submete à quimioterapia, pode ser evitada com a loção Evonail. Um estudo sul-coreano mostra que a tática livrou 67% das usuárias desse incômodo.

Fonte: www.saude.abril.com.br

 

4 apps que vão te deixar mais inteligente

Está à toa no celular? Veja se consegue superar os desafios destes apps para treinar o cérebro

Um estudo da Universidade de Montreal, no Canadá, mostrou que o QI da humanidade está caindo significativamente ao longo dos anos. Segundo os especialistas, quase tudo na vida moderna, da alimentação rica em gordura saturada aos hábitos atrelados à tecnologia, é responsável por essa queda.

Se você anda meio esquecido, com raciocínio lento ou dificuldade para se concentrar, existem aplicativos fáceis de usar que prometem treinar o cérebro. Confira seis deles abaixo:

1. Lumosity
Cientistas e designers trabalham juntos para criar jogos que trabalhem suas habilidades mentais. Depois de um teste, o usuário começa com três games. Todos os dias cinco jogos são disponibilizados para treinar habilidades cognitivas. Está disponível para iOs, Android e desktop e é gratuito.

2. Elevate
Este app oferece mais de 30 opções de testes de memória, foco, matemática e outras habilidades mentais. A ferramenta ainda faz um levantamento dos resultados obtidos nos games e da performance do usuário. Está disponível para iOs e Android e é gratuito.

3. Peak
Memória, linguagem, agilidade mental e atenção. Com mais de 30 jogos, o Peak é um dos apps do tipo mais usados atualmente. Todos os dias, o usuário recebe notificações para os jogos que estão disponíveis. O app pode ser baixado em iOs e Android e é gratuito.

4. Fit Brains Trainer
Desenvolvidos por neurocientistas, os mais de 65 jogos do app ajudam a melhorar aspectos como memória, resolução de problemas, raciocínio, linguagem e até inteligência emocional. Os jogos podem ser usados em celulares iOs e Android e no computador.

Fonte: http://revistapegn.globo.com

 

 

3 maneiras de se desconectar do trabalho durante as férias

Sem morrer de aflição pelo que está ocorrendo durante sua ausência

Tirar férias faz bem para a saúde, o corpo e a mente. É a melhor forma de se renovar e diminuir o estresse. Porém, para que todos esses benefícios tenham o efeito desejado, é preciso deixar mesmo o trabalho para trás. Ao menos, estabelecer limites para que você consiga se desconectar e não passar as férias com seu celular — em vez de passar com sua família e amigos.

Sim, é difícil se desconectar. Pode ser uma questão de cultura, hábito ou mesmo vício. Mas dá para estabelecer limites. Do contrário, as chances de você voltar de férias sem nem perceber que o tempo passou e com mais estresse acumulado são altas. Em artigo publicado na Harvard Business Review, a coach norte-americana Regan Walsh dá três dicas simples para conseguir se desconectar um pouco — sem morrer de aflição pelo que está acontecendo no escritório durante sua ausência. Tudo é (principalmente nas férias) uma questão de programação e estratégia. Monte a sua e bom descanso!

Programe sua resposta automática de e-mail

Mesmo que seja impossível a você se desconectar totalmente do seu email durante as férias, programe a resposta automática avisando de sua ausência mesmo assim. Diga que você está de férias, que terá acesso limitado aos emails e a data de retorno.

“Eu tive uma cliente que está tirando suas primeiras férias em anos, mas se desligar completamente do trabalho era algo fora de cogitação para ela. Ela disse que planejou avisar às pessoas que checaria seus emails ´apenas´ duas vezes ao dia. Mas se tivesse feito isso, as pessoas acreditariam que poderiam contar com ela a qualquer hora e, quando o fizessem, esperariam por uma resposta imediata. Então, ela fez questão de falar que teria acesso limitado e em quais ocasiões eles deveriam esperar por uma resposta”, diz Regan.

Com essa decisão, ela fez um cronograma para si mesma. Decidiu checar os emails apenas uma vez no meio da semana e uma outra vez próximo do fim das férias. Respondeu as mensagens urgentes sem se sentir culpada. Ganhou liberdade para escolher quando e o que responderia durante suas férias. Ou seja, não é preciso ignorar tudo completamente. É só achar uma estratégia que funciona para você — e que não deixará os outros esperando uma resposta toda hora.

Encontre um lugar sem internet

Regan conta que um dos maiores receios de uma de suas clientes estava estritamente relacionado às notificações de email que surgiam na tela do celular. Mostravam mensagens, os acontecimentos que ela estava perdendo no escritório, o que deveria estar fazendo se lá estivesse. Mas, quando ela estava longe do celular, não ficava aflita por sua ausência. Portanto, o problema era justamente tecnológico.

O que Regan recomenda é partir de vez em quando para locais mais escondidos, onde há pouca ou quase nenhuma tecnologia e nenhum sinal Wi-Fi. “Há uma série de lugares e acampamentos, de muito sucesso, que oferecem a possibilidade de você ficar totalmente desconectado. Eles pedem para você deixar para trás todos os dispositivos quando você entra para se jogar em uma experiência mais significativa, em que você vive o momento por você e não pela tela do seu celular.” Se esse tipo de ação for muito radical para você, experimente deixar mais o celular no hotel, guardado, e estabeleça um horário único para checá-lo.

“Conta tudo”

Você voltou de férias e não sabe nem pode onde começar. Um milhão de emails a serem respondidos, diversos projetos iniciados para continuar, tarefas novas que surgiram… Por onde começar? A dica de Regan é não responder cada um individualmente. “Isso pode levar horas e, neste momento, você precisa priorizar o que fazer.” Então, antes de botar a mão na massa, peça a seus colegas para fazerem um resumo sobre tudo que aconteceu enquanto estava fora.

A partir do relato, você pode fazer uma lista analisando o que há de mais urgente, quais projetos são prioridades, quais clientes devem ser respondidos antes. Pedir uma força aos colegas não ajuda somente você a ter uma transição mais tranquila no retorno das férias, mas também mostra que você confia neles e no que fizeram enquanto você estava fora.

Fonte: http://epocanegocios.globo.com

Sem açúcar, integral, será mesmo? Aprenda como ler rótulos em supermercados

Na embalagem, alguns alimentos prometem muito sabor sem prejuízos para a sua dieta: integral, “zero açúcar”, “sem gordura trans”, “diet”, “light”.

Mas são nas letras miúdas do verso que estão alguns segredos desses produtos que que podem não ser tão saudáveis assim. Para entender como não cair em pegadinhas, o UOL ouviu três especialistas que explicam por que ler a composição e a tabela nutricional dos rótulos é tão importante quanto verificar o preço e a data de validade.

“Ao comprar um produto sem olhar o rótulo, você pode ingerir uma quantidade muito maior de gordura, sódio e açúcar do que o necessário”, diz Daniela Gomes, nutróloga do HCor (Hospital do Coração).

Esses três elementos costumam ser usados para aumentar a validade e melhorar o sabor dos alimentos ultraprocessados. O problema é que, a longo prazo e associados a fatores de risco como sedentarismo e tabagismo, esses elementos aparentemente inofensivos podem causar obesidade, diabetes, hipertensão, alterações no colesterol.

De olho nas quantidades

Na tabela nutricional, o primeiro passo é olhar a porção considerada pelo fabricante. “Alguns produtos escrevem na embalagem que são isentos de algum nutriente, mas isto se refere a uma porção. Por exemplo, se estamos falando de uma bolacha recheada, talvez a porção de 3 bolachas não contenha gordura trans (na verdade contém, mas é uma quantidade mínima que não é considerada pela Anvisa), mas se a pessoa comer mais que uma mais que uma porção, pode estar consumindo uma quantidade significativa de gordura trans”, afirma a nutricionista Iara Waitzberg Lewinski.

Além disso, ao comparar a porção em duas marcas distintas, é possível verificar se a mesma quantidade de calorias, por exemplo, refere-se a volumes distintos do alimento.

Outra dica das especialistas ao ler a tabela nutricional é dedicar mais atenção às quantidades e dar menos importância às porcentagens, já que são valores de referência baseados em uma dieta de 2.000 kcal por dia e não levam em consideração as necessidades de cada pessoa.

“Para verificar se um produto é realmente rico em fibras, opte por aqueles com mais de 3g de fibra alimentar por porção”, fala Adriana Yuki Sakurai, nutricionista do Instituto Butantan.

Ela afirma ainda que, de modo geral, produtos com mais de 3g de gordura saturada na porção devem ser evitados. As proteínas possuem função de construção e manutenção das células, tecidos e órgãos, além de dar uma maior sensação de saciedade. Desse modo, um iogurte com mais proteína, por exemplo, manterá sua fome sob controle por mais tempo.

A lista de ingredientes

Segundo Iara Lewinski, do Ganep Nutrição Humana “na hora de escolher entre alimentos, verifique a composição do produto. A ordem dos alimentos é decrescente, ou seja, em maior quantidade estão aqueles que aparecem primeiro na lista de ingredientes”.

Nem sempre, no entanto, os ingredientes aparecem com o mesmo nome que conhecemos. Açúcares podem vir descritos como sacarose, xarope de milho, xarope de glicose, frutose, glucose de milho, glicose, açúcar invertido, mel, melaço, melado, dextrose, maltodextrina, entre outros.

Produtos “light” e “diet” também precisam de atenção. Os primeiros apresentam teor de gordura reduzido, mas podem ter açúcar na composição, enquanto os alimentos com selo “diet” podem ser tão calóricos quanto os normais.

Outro ingrediente importante é o sal, que pode aparecer na embalagem como glutamato, ciclamato, caseinato, citrato e propionato, por exemplo. “O sódio em excesso leva a um aumento da retenção de líquido, fazendo de contenção dos vasos, desregulando hormônios, o que pode causar hipertensão”, diz Gomes.

A gordura trans, por sua vez, costuma ser chamada de gordura vegetal hidrogenada, ou simplesmente hidrogenada.

“Este tipo de gordura é extremamente prejudicial para a saúde, pois eleva o colesterol ‘ruim’ (LDL) e reduz o ‘bom’ (HDL), aumentando as chances de se desenvolver doenças cardiovasculares como o infarto, diabetes, AVC, entre entre outros”, afirma Sakurai, nutricionista do Instituto Butantan.

Para quem quer uma dica rápida para escolher os alimentos nas prateleiras do supermercado, a nutricionista do Butantan sintetiza: Aquele produto que tiver menos ingredientes, (por exemplo, nomes que remetem a um produto químico) e que não tenha o açúcar como primeiro ingrediente é um forte candidato para ser levado para casa.”

Fonte: www.uol.com.br

 

Brócolis e fibras: como alimentos ajudam no tratamento de diabetes

A dieta é fundamental para o controle de quem tem diabetes do tipo 2

No entanto, o cuidado não está apenas na redução da ingestão de açúcares, estudos mostram que a inclusão de certos alimentos tem resultado efetivo no tratamento no tratamento da doença. Entre os alimentos recomendados estão brócolis, couve, repolho e outros alimentos ricos em fibras.

Estudo recente publicado na revista Science Translation Medicine endossa essa tese, identificando no brócolis como um “remédio” efetivo no tratamento do diabetes do tipo 2.

A pesquisa, realizada com ratos e humanos, mostrou que o brócolis tem um composto (glucorofanina) que o corpo transforma em sulforafano, e esse antioxidante reduz a produção de glicose pelo fígado. A atuação desse composto seria semelhante à de um dos medicamentos mais usados no tratamento de diabetes, a metformina.

O mesmo composto químico pode ser encontrado em outros alimentos da mesma família, como a couve, a couve-flor, couve-de-bruxelas, repolho e folhas de mostarda, explica Maristela Strufaldi, nutricionista da Sociedade Brasileira de Diabetes.

O diabetes atinge 9 milhões de brasileiros, segundo Pesquisa Nacional de Saúde de 2015, com maior prevalência na população a partir dos 60 anos. E o tipo 2, relacionado à alimentação e obesidade, é o tipo mais comum.

Colocando no cardápio

A nutricionista Carolina Guerini, professora da Universidade Federal do Rio Grande Sul, estudou em seu doutorado os efeitos do sulforafano. Segundo ela, outros estudos já haviam apontado a eficácia do composto na prevenção do desenvolvimento de câncer, “especialmente de intestino”.

“Sabe-se que pessoas que comem um prato de sobremesa de brócolis de 3 a 4 vezes por semana têm uma prevalência mais baixa de doenças crônicas, como o câncer. E a quantidade de sulforafano contida neste pratinho é mais ou menos semelhante à do presente no estudo”.

No estudo mais recente, os cientistas norte-americanos utilizaram extrato de broto de brócolis em cápsula. “O brócolis cozido tem uma biodisponibilidade maior. Não precisa estar hipercozido, uma leve cocção já deixa ele no melhor ponto de absorção desse composto pelo nosso corpo”, diz Guerini.

A fritura, por outro lado, não é recomendada, já que alimentos antioxidantes são sensíveis a altas temperaturas e perdem suas propriedades.

Fibras para que te quero!

Alimentos ricos em fibras, como lentilha, grão-de-bico, aveia e frutas, também são importantes na prevenção e no tratamento do diabetes do tipo 2.

As fibras fazem com que haja a diminuição da absorção de gordura dos alimentos, ajudando o indivíduo a manter um peso saudável. Já no tratamento, de acordo com Guerini, “a fibra lentifica a absorção do carboidrato, fazendo com que com que a glicemia não se eleve tanto”.

Além disso, elas ajudam a regular a flora intestinal –e é no intestino que é transformada boa parte da glucorafanina em sulforafano, após a ingestão do alimento. De acordo com estudos, a ingestão diária de 30 a 35g de fibras pode reduzir a incidência de diabetes do tipo 2. Uma maçã de tamanho médio tem cerca de 4,5g de fibras, ao passo que uma porção de 100g de grão-de-bico contém, em média, 17g de fibras.

Alimentação saudável

Para a endocrinologista Silmara Leite, a descoberta corrobora a importância da alimentação no tratamento. “Podemos entender melhor agora porque os pacientes diabéticos que tinham uma alimentação balanceada com grande presença de crucíferas no cardápio tinham uma reposta superior àqueles que não tinham esses alimentos na dieta”.

De acordo com a IDF (Federação Internacional do Diabetes), um estilo de vida saudável pode prevenir em pode prevenir em até 70% o diabetes 2.

Strufaldi lembra que não basta incluir o brócolis no prato, é preciso seguir uma alimentação balanceada. O ideal é que a dieta seja rica em vegetais, legumes e frutas, castanhas e carnes brancas.

Fonte: www.uol.com.br