Aplicativo melhora cognição de idosos com perda de memória
Desenvolvido por um professor da USP e equipe de neuropsicólogos, o Mente Turbinada já conta com 30 mil usuários
Quem convive com idosos sabe o quanto os lapsos de memória podem afetar negativamente o sistema cognitivo. E não é só impressão: segundo estudo realizado pelo Conectaí, iniciativa do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), 40% dos brasileiros têm esquecimentos recorrentes após os 50 anos de idade.
Muitas vezes, a falta de estímulo também pode diminuir significativamente outros papéis cruciais do cérebro como a atenção e a concentração. Foi analisando as queixas dos idosos em seu consultório que, regularmente, reclamavam da perda significativa de memória, mas que não apresentavam nenhuma doença progressiva como o mal de Alzheimer, que o Dr. Paulo Camiz, geriatra, professor da Universidade de São Paulo e do Hospital das Clínicas, decidiu agir e desenvolveu, o aplicativo Mente Turbinada.
Especialistas da área têm considerado o cérebro como um órgão plástico. “Que pode e deve ser exercitado como um músculo, ou seja, quanto mais você estimular, mais ele irá se desenvolver”, explica o Dr. Paulo. Desenvolvido há três anos pelo médico e por uma equipe de neuropsicólogos da Universidade de São Paulo, a plataforma disponível hoje nas versões web, iOS e Android, foi ao ar em janeiro de 2016. “Vi que havia uma demanda muito grande dos meus pacientes, eles não tinham nenhuma doença, mas sofriam muito com o excesso de informação e a rotina, muitas vezes sedentária de um idoso”, explica. Hoje, o aplicativo possui mais de 30 mil usuários, e pode ser usado gratuitamente, mas também dispõe de uma parte paga, que disponibiliza mais recursos para o usuário.
A plataforma reúne jogos que buscam aprimorar pontos cruciais no desenvolvimento cerebral como atenção, concentração, raciocínio, cálculo e memória. O aplicativo também possui um método individualizado para cada pessoa, por exemplo, se um usuário está com um déficit de atenção, ele sugerirá mais testes de atenção. E, aos poucos, irá aumentando os níveis de dificuldade, de acordo com o progresso do usuário. “Ele também tem se mostrado uma forma potente e eficaz de prevenir doenças degenerativas. Pode, inclusive, ser usado por pessoas que já possuam em um estágio mais inicial e que tenham familiaridade com aparelhos tecnológicos, mesmo que seja pequena”, pontua o geriatra.
Fonte: https://claudia.abril.com.br
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